Podemos notar que muitas das disparidades sociais presentes em nosso País estão refletidas no panorama educacional. O ensino público no Brasil sofre uma profunda desigualdade dos resultados ao ser comparado com o ensino da rede privada brasileira.
Entretanto, estratégias estão sendo pensadas para impulsionar o ensino formal em âmbito nacional e regional. Entre elas, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Homologada no final do mês de dezembro de 2017 pelo Governo Federal, a Base Nacional Comum Curricular vai tornar mais igualitária a educação básica brasileira. Com a Base, crianças de todas as escolas terão o direito de aprender conteúdos e desenvolver habilidades ao mesmo tempo, não importa se a escola é pública ou privada. O documento também procura reduzir disparidades encontradas entre os currículos dos estados e das regiões do País.
Quando a BNCC for implantada, o que deve ocorrer a partir de 2019, ela será o guia para o que acontece nas salas de aula. Isso, no entanto, não significa que todos os Estados deverão seguir o mesmo roteiro fixo. A BNCC irá definir apenas 60% do currículo, permitindo que 40% seja formulado pelos profissionais e instituições a partir das particularidades regionais, formando a base diferencial.
Os currículos escolares deverão ser elaborados de acordo com alguns objetivos, que representam o que se espera que o aluno aprenda durante sua trajetória na escola. Contudo, não se trata somente da absorção das matérias ministradas, e sim das habilidades desenvolvidas, da capacidade de ação e reflexão críticas, necessárias à prática da cidadania.
O novo entendimento é de que a escola deve ser, ao mesmo tempo, “humanizada e humanizadora”. Ou seja, a escola deve ser um ambiente que além de ser humana, deverá promover essa formação. E é nessa atmosfera que o ensino da educação socioemocional se faz absolutamente fundamental.
A formação integral do ser humano, do cidadão crítico e consciente não acontece através de uma educação unilateral, em que o professor fala e os alunos escutam, mas através de debates, questionamentos e reflexões.
Assim, o aluno passa a assumir uma postura ativa frente a sua aprendizagem, deixando de lado a passividade característica dos modelos mais tradicionais de ensino.
Camila Cury é Psicóloga e Diretora Geral da Escola da Inteligência
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