Aprendizagem “self-service” está entre as principais tendências na educação

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Estudo aponta que 81% das pessoas ao redor do planeta acreditam que educação tende a se tornar mais “faça-você-mesmo”

 

Aprendizagem: A pesquisa Global Learner Survey, da Pearson, ouviu milhares de estudantes de todo o planeta e traz descobertas que apontam para uma grande transformação na educação global.

O levantamento aponta que estas mudanças são impulsionadas pelo cenário econômico, o avanço tecnológico e a percepção de que os sistemas educacionais estão fora de sintonia com as necessidades e os anseios dos alunos. 

O estudo mostrou que as pessoas ao redor do mundo estão buscando assumir maior controle sobre o próprio aprendizado, adotando uma mentalidade “faça-você-mesmo” e complementando a educação formal com uma mistura de ensino auto-guiado, cursos de curta duração e aprendizagem online para acompanharem as transformações da chamada “economia de talentos”. 

A pesquisa também revela que estes aprendizes estão olhando para além da ideia tradicional de educação, o que apresenta às instituições de ensino a oportunidade de reinventar a aprendizagem de forma a atender às demandas desse novo cenário.

A Pearson conduziu o estudo em parceria com a Harris Insights & Analytics, com o objetivo de coletar opiniões de estudantes de todas as faixas etárias sobre assuntos como educação básica, ensino superior, carreira, futuro do trabalho e tecnologia. Mais de 11 mil pessoas com idades entre 16 e 70 anos em 19 países foram ouvidas.

As principais descobertas da Global Learner Survey incluem: 

 

A mentalidade “faça-você-mesmo” está remodelando a educação:

As pessoas têm buscado complementar o que aprendem no ensino formal, combinando o que funciona e o que elas podem pagar para treinarem. 

81% dos respondentes ao redor do mundo afirmaram que a aprendizagem vai ficar mais “self-service” conforme as pessoas envelhecem – no Brasil, 75% concordaram com essa afirmação. Quando precisaram de uma nova qualificação para o trabalho, 46% dos brasileiros aprenderam sozinhos usando recursos da internet. Quando perguntados sobre quais métodos de aprendizagem eles preferem quando precisam de qualificação profissional, 82% dos respondentes no Brasil citaram cursos de curta duração ou ferramentas gratuitas online.

 

Na próxima década, a aprendizagem digital e virtual será o novo normal:

83% dos brasileiros acreditam que dispositivos inteligentes e aplicativos serão usados para auxiliar alunos no futuro. Globalmente, 76% das pessoas acreditam que mais estudantes universitários farão cursos online dentro dos próximos 10 anos. A pesquisa esclarece ainda que 67% acreditam que mais alunos de educação básica também farão. 71% dos brasileiros acreditam que livros didáticos impressos estarão obsoletos daqui a cinco anos.

 

Lifelong learning não é só uma filosofia; é a nova realidade: 

 

Globalmente, há um grande consenso de que as pessoas precisam continuar aprendendo para se manterem atualizadas ao longo de suas carreiras. 88% dos brasileiros abraçam essa ideia (resumida pelo termo inglês lifelong learning), afirmando que a aprendizagem não termina na escola – crença essa que chega a 96% das pessoas na China e a 94% na África do Sul. 

84% dos brasileiros gostam de se reinventar aprendendo novas habilidades, e 72% querem continuar ativos após a aposentadoria, buscando uma segunda carreira ou um trabalho de meio período, abrindo o próprio negócio ou tendo aulas.

 

A confiança nos sistemas educacionais está oscilante, especialmente nos EUA:

67% dos brasileiros dizem que os sistemas educacionais estão falhando com a geração atual. Essa percepção também é forte nos Estados Unidos, na Europa, na África do Sul e na América Hispânica. 

67% dos norte-americanos acreditam que a faculdade está ficando mais fora do alcance para o estudante comum. Já no Brasil, 59% acreditam que ela está ficando mais acessível. Mas 61% dos brasileiros não acreditam que as universidades estejam ensinando as habilidades corretas.

 

A Geração Z acredita que é possível ser bem-sucedido sem uma educação superior tradicional:

Apesar de estatísticas associarem a graduação à rendas maiores, metade dos estudantes nestes países acredita que é possível se dar bem mesmo sem um diploma. Globalmente, 68% acreditam que poderiam ter o mesmo tipo de sucesso por meio de ensino profissionalizante.

 

Brasil, China, Índia e América Hispânica estão superando os EUA e o Reino Unido na corrida pela requalificação: 

Mais do que em qualquer outro lugar no mundo, as pessoas destes países citados acima acreditam que a educação está impulsionando a economia global. Mais de dois terços dos respondentes destes países têm buscado se requalificar nos últimos dois anos, contra apenas 31% dos norte-americanos e 24% dos britânicos. Os trabalhadores em busca de qualificação estão se matriculando em cursos de curta duração, fazendo treinamentos oferecidos pelos empregadores, entre outros.

 

Soft skills têm vantagem sobre a automação:

As competências técnicas são valorizadas, mas muitas pessoas reconhecem que são as habilidades exclusivamente humanas que darão à elas a vantagem sobre as máquinas. Globalmente, 78% das pessoas dizem que precisam se esforçar mais para desenvolver as chamadas soft skills ou habilidades comportamentais, tais como pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade, enquanto 87% dos brasileiros acreditam que as universidades precisam aumentar o foco no ensino dessas habilidades ao prepararem os estudantes para o mercado de trabalho.

 

Notícia: Da Redação.  Foto: Divulgação.

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