Educar por meio da dança. Esse é o sonho da Professora Alessandra Gomes, da EMEF Professor André Rodrigues de Alckmin, localizada no bairro Jardim Santa Terezinha, região da Brasilândia. Idealizadora do projeto de balé em sua escola desde 2012, hoje ela ensina para cerca de 100 estudantes.
Além de Pedagoga e Professora de Educação Física, Alessandra é bailarina formada pelo Theatro Municipal de São Paulo em técnica Clássica e Contemporânea. A profissional leciona há 17 anos na Rede Municipal de Ensino (RME) e há 15 iniciou exercício na EMEF, no qual pelo oitavo ano dá aula de balé para os alunos da unidade.
Alessandra conta que quando teve a iniciativa de abrir a primeira turma de balé na escola, algumas pessoas não acreditavam que haveria demanda, principalmente pelo fato desta dança não ser popular na região e no cotidiano das crianças. Obstinada, ela tentou. “Se cinco crianças tivessem interesse eu já ficaria muito feliz, porém quando fechou o período de inscrições já tínhamos cerca de 70 alunos interessados”, conta a professora.
Aos poucos, a educadora e suas alunas, foram ganhando espaço e estrutura na escola. Uma sala especial para a prática de balé – com espelho, barra, ar-condicionado, aparelho de som e piso de linóleo, que pode ser deslocado para outros ambientes.
Atualmente são cerca de 100 alunos, de 6 a 14 anos, frequentando as suas aulas no contraturno escolar e, divididos em 10 turmas. Os grupos de nível iniciante são atendidos durante uma hora semanal e os de nível intermediário e avançado em duas vezes na semana, sempre na extensão de jornada escolar. Em época de ensaios para os eventos, os horários são intensificados. São quatro horas semanais para os níveis intermediário e avançado, para as turmas de iniciante aumenta mais uma hora.
A professora conta que cerca de 10 meninas já fazem exercícios com a sapatilha com ponteira de gesso. “Para estar neste nível é necessário ter entre cinco ou seis anos de balé. A musculatura tem que estar bem fortalecida para ir para a ponta. É um trabalho árduo na barra, de centro e de postura, além de um trabalho psicológico, pois é necessário também trabalhar a ansiedade”, ressalta Alessandra.
Maria Eduarda de Oliveira tem 11 anos e considera as aulas maravilhosas. “Sou a primeira a fazer balé na minha família”, comemora a jovem estudante.
“Aqui a gente pode se expressar através da dança. Quando estamos tristes e alegres, para tudo é possível dançar e se expressar”, ressalta Amanda Chagas Menezes, de 12 anos.
Além das garotas que frequentam as aulas, há o Luiz Felipe Paz, estudante de 13 anos e que cursa o 6º ano na escola. “Eu acho que o meu talento é dançar. Comecei no hip hop e agora estou no balé. Foram difíceis as primeiras aulas, mas dançar me faz feliz”, confessa, dizendo ainda sofrer preconceito na escola e em sua casa por dançar. “Muita gente ainda diz que balé é coisa só de mulher. A professora e a minha avó tiveram que convencer meu pai a me deixar participar das aulas. Agora já tenho roupa de dança e sapatilhas”, celebra o estudante.
Notícia: Da Redação. Foto: Divulgação.
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