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Bibliotecas Municipais recebem óculos que transformam textos em áudio

Doze bibliotecas receberão 15 aparelhos, capazes de escanear e transformar instantaneamente textos em áudio

A Prefeitura de São Paulo adquiriu 15 unidades do aparelho OrCam MyEye. O equipamento é uma espécie de óculos que escaneia e transforma instantaneamente textos em áudio. O prefeito Bruno Covas participou na terça-feira (26) da entrega da primeira unidade. O evento ocorreu na Biblioteca Paulo Sérgio Duarte Milliet, no bairro da Água Rasa, na Zona Leste da cidade.

“A estimativa é que São Paulo tenha até 1 milhão de pessoas com algum tipo de deficiência visual. Todas elas poderão ser beneficiadas por esse programa. Com esses óculos, elas poderão pegar qualquer livro da estante e ter acesso a esta obra. Isso sem depender de livros traduzidos em braile ou áudiolivros. A gente espera com esta iniciativa democratizar o acesso às bibliotecas municipais na cidade de São Paulo”, afirmou o prefeito.

Fase de teste

Inicialmente, 12 bibliotecas receberão o equipamento, permitindo que usuários com algum tipo de deficiência visual, com déficit de atenção e dislexia tenham acesso a todos os livros do acervo das unidades. “Esta é uma iniciativa muito importante para propiciar o acesso à leitura às pessoas com deficiência visual. Foi uma experiência muito boa, é um aparelho bacana mesmo. Me dá autonomia para poder ler os livros em tinta, que a gente não conseguia ter esse acesso”, disse o jornalista Gustavo Torniero, deficiente visual.

Nesta fase de teste, os óculos serão distribuídos nas bibliotecas Mário de Andrade (Centro), Centro Cultural São Paulo (Zona Sul), Affonso Taunay (Zona Leste), Alceu A. Lima (Zona Oeste), Álvares de Azevedo (Zona Norte), Brito Broca (Zona Norte), Hans Christian Andersen (Zona Leste), Monteiro Lobato (Centro), Mário Schenberg (Zona Oeste), Paulo Duarte (Zona Sul), Paulo Sérgio Millet (Zona Leste) e Viriato Corrêa (Zona Sul).

A expectativa é que até 2020, todas as 54 bibliotecas municipais tenham, pelo menos, um par de óculos. “A cidade de São Paulo precisa ser para todos. Não dá para ter uma biblioteca que só uma parte da população possa usar”, disse Covas.

“Nós temos mais de 5 milhões de exemplares nas nossas bibliotecas. Com esse aparelho, todos serão acessíveis à população com deficiência visual e às pessoas que não conseguem ler livros. Isso é estimular a leitura, com autonomia e liberdade”, disse o secretário municipal de Cultura, André Sturm.

Biblioteca viva

A iniciativa faz parte do programa Biblioteca Viva, lançado no ano passado com o objetivo de incentivar a leitura. Com o aparelho, as pessoas com deficiência visual poderão buscar nas próprias estantes o livro que desejar, garantindo mais autonomia.

“É uma iniciativa fantástica. Investimento em tecnologia assistiva como essa é fundamental. Irá atender uma demanda crescente, já que a população com deficiência está cada vez mais na rua, nos espaços públicos”, afirmou o secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Cid Torquato.

Desenvolvido pela “Mais Autonomia Tecnologia Assistiva”, o equipamento pode ser aplicado não só em livros, mas também jornais, revistas, placas de rua, cardápios de restaurantes, nomes de lojas, mensagens do celular, placas de sinalização e folhetos. Trata-se de uma pequena câmera inteligente que, acoplada nas hastes de qualquer par de óculos, escaneia e lê instantaneamente textos em português e inglês, em qualquer superfície, reconhecendo também produtos, código de barras, cores, cédulas de dinheiro e até mesmo rostos que estiverem cadastrados previamente, tudo em tempo real.

Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.

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