Um grupo de alunos da Escola Técnica Estadual (Etec) Parque da Juventude topou o desafio de resgatar a popularidade dos jogos de tabuleiro no ambiente escolar. Em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), os estudantes estão desenvolvendo jogos não digitais para abordar direitos humanos e justiça, em uma campanha do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
O contato com a USP foi feito pelo ex-aluno da unidade Luigi Rizzon, bolsista de pós-graduação na universidade, com a proposta de conectar os Ensinos Superior, Médio e Técnico para participar de uma chamada internacional da ONU. A organização propôs um concurso de jogos não digitais para incentivar a consciência crítica sobre assuntos como direitos humanos, racismo, porte de armas, guerras, violência de gênero, corrupção e uso de drogas.
O UNODC selecionou dez propostas para o desenvolvimento dos jogos no mundo e uma delas foi o Purposyum, Challengers of Justice, concebido pela USP. Após essa seleção, houve o contato com a Etec e, durante o segundo semestre do ano passado, 25 estudantes do Ensino Técnico Integrado ao Médio, divididos em dois grupos, realizaram reuniões após as aulas regulares para desenvolver os jogos, sob a orientação de alunos e professores da universidade.
Para Elvirley de Oliveira, professor e coordenador na Etec, a abordagem dos direitos humanos é historicamente importante para a continuidade na transformação do local onde a escola está localizada: o Parque da Juventude abrigou o Complexo Penitenciário do Carandiru. “A opção de fazer jogos não digitais também promove uma interação mais ‘cara a cara’ entre os alunos e permite discussões importantes sobre questões sociais”, afirma.
Ao final do processo, a ONU distribuirá para escolas do mundo todo um dos jogos criados na Etec e mais nove selecionados de outros países. Porém, como surgiram muitas propostas na Escola Técnica e entre alunos da USP, será feita uma parceria com a rede Games for Change para mobilizar parceiros, viabilizar a finalização de todos os jogos e valorizar a transmissão de conhecimentos acerca dos assuntos abordados.
“A partir do momento em que exercitamos uma pedagogia lúdica, seja qual for o tema do jogo, seus recursos retóricos ou mecânicas de ‘jogabilidade’, estamos reconhecendo o direito de o outro jogar. Com isso, aceitamos que toda a diversidade é possível, tolerável e respeitável”, conclui Schwartz.
Confira aqui o vídeo institucional do projeto.
Notícia: Da Redação. Foto: Diego Lombo Machado.
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