O Projeto Incluir Direito, uma parceria entre a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) e o Centro de Estudos das Sociedades de Direito (CESA), recebeu o Prêmio LatinLawer em abril, na categoria de iniciativa para a diversidade, promovida pela publicação LatinLawyer.
Incluir Direito é fruto de um convênio assinado em 2016 pelas instituições, que visa promover a maior participação da população negra no universo jurídico e desenvolver uma atuação coerente e afirmativa, que contribua para a redução das desigualdades e da discriminação.
O projeto teve caráter piloto, beneficiando estudantes autodeclarados negros e negras da Faculdade de Direito do Mackenzie – Campus Higienópolis. Como parte da ação afirmativa para a redução de desigualdades junto às minorias raciais, houve uma preocupação na busca da equidade de gênero durante o processo seletivo do projeto. Isso resultou na formação de um grupo de beneficiários composto por garotas e rapazes.
Quase a totalidade do grupo (90% dos estudantes) foi composta por bolsistas prounistas e, academicamente, todos estes estudantes são considerados pelos professores da faculdade alunos e alunas exemplares, além de serem engajados em alguma atividade extra, como grupos de estudo e pesquisa (dentro e fora da nossa instituição); ativistas em movimentos de Direitos Humanos, como o AfroMack; voluntários em projetos sociais dentre outros exemplos de atuação e exercício da sua cidadania.
O reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Benedito Guimarães Aguiar Neto, destaca que os alunos foram preparados para participar em condições de igualdade em relação aos demais candidatos dos processos seletivos dos grandes escritórios de Advocacia. “O projeto não previa complementar as atividades da Faculdade, visto que as competências técnicas adquiridas no curso de Direito não eram consideradas como um dos fatores da desigualdade. No entanto, o projeto foi estruturado para oferecer atividades que abrangessem as competências técnicas requeridas especificamente nestes processos, como aulas de inglês e aulas teóricas técnicas e Português Instrumental e Postura Profissional, como também ofereceu outras ações complementares que permitiram desenvolver outros aspectos práticos, difíceis de serem trabalhados teoricamente”, comenta Aguiar Neto.
Segundo Carlos José Santos da Silva, presidente do CESA, oito grandes escritórios participam como apoiadores e garantidores de inserção dos beneficiários/profissional nos melhores postos de trabalho da área. “Com isso os alunos tinham o compromisso de participar de pelo menos três processos seletivos. Alguns processos seletivos ainda estão em curso, visto que cada escritório tem datas diferenciadas em que as seleções acontecem”, relata Carlos, prosseguindo: “até o início de março, já foram contratados 80% desses alunos e alunas. Os outros 20% ainda estão finalizando os processos e acreditamos que ainda serão absorvidos por estes escritórios”.
“O resultado do projeto Incluir Direito é superpositivo, visto que a taxa de sucesso nos processos seletivos e de absorção deste primeiro grupo junto aos escritórios, até o momento, é de 80%, com perspectiva de chegar a 100%”, ressalta Felipe Chiarelo, diretor da Faculdade de Direito do Mackenzie. Além disso, o diretor afirma que o ganho maior foi justamente o sentimento de empoderamento e autoconfiança, pontos destacados pelos Recursos Humanos dos escritórios. “Podemos dizer que antes de participarem do Projeto Incluir Direito, muitos deles afirmavam que não se enxergavam nestes ambientes”, finaliza.
Em 2018, a segunda edição do projeto Incluir Direito oferecerá 50% a mais de vagas – divididas entre mulheres e homens, sendo elegíveis alunos do segundo semestre do primeiro ano ao terceiro ano do curso de Direito da Faculdade de Direito do Mackenzie.
Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.
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